quarta-feira, 9 de maio de 2012

Essa Questão utiliza os textos da postagem de 07/05/2012


O “gigolô das palavras”, como o cronista se caracteriza no Texto I, entende sua escrita como
(A) inferior
(B) medrosa
(C) submissa
(D) subversiva
(E) equivocada


Resposta certa: alternativa D - Subversiva
Subversiva significa contrária a ordem estabelecida, revolucionária.

Petrobras 2012 - ANALISTA DE SISTEMAS JÚNIOR ENGENHARIA DE SOFTWARE

Essa Questão utiliza os textos da postagem de 07/05/2012

O cronista do Texto I e o poeta do Texto II constroem opiniões convergentes a respeito da figura do professor de Português.
De acordo com esse ponto de vista, o professor, em relação ao saber gramatical dos outros, mostra-se
(A) alheio
(B) superior
(C) incoerente
(D) compreensivo
(E) condescendente


Resposta certa: alternativa B - Superior
No texto I, no primeiro parágrafo, o autor cita o professor como um defensor da gramática, consequentemente um exímio conhecedor da mesma. Já no texto II, o autor cita o professor como um guia para o desbravamento da gramática. Ou seja, em ambos os textos os autores fazem a imagem do professor como um grande conhecedor da gramática.



segunda-feira, 7 de maio de 2012

Petrobras 2012 - ANALISTA DE SISTEMAS JÚNIOR ENGENHARIA DE SOFTWARE


Texto I
O gigolô das palavras

    Quatro ou cinco grupos diferentes de alunos do Farroupilha estiveram lá em casa numa mesma missão, designada por seu professor de Português: saber se eu considerava o estudo da Gramática indispensável para aprender e usar a nossa ou qualquer outra língua. Suspeitei de saída que o tal professor lia esta coluna, se descabelava diariamente com suas afrontas às leis da língua, e aproveitava aquela oportunidade para me desmascarar. Já estava até preparando, às pressas, minha defesa (“Culpa da revisão! Culpa da revisão!”). Mas os alunos desfizeram o equívoco antes que ele se criasse. Eles mesmos tinham escolhido os nomes a serem entrevistados. Vocês têm certeza que não pegaram o Veríssimo errado? Não. Então vamos em frente.
    Respondi que a linguagem, qualquer linguagem, é um meio de comunicação e que deve ser julgada
exclusivamente como tal. Respeitadas algumas regras básicas da Gramática, para evitar os vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis. A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer “escrever claro” não é certo, mas é claro, certo? O importante é comunicar. (E quando possível surpreender, iluminar, divertir, mover… Mas aí entramos na área do talento, que também não tem nada a ver com Gramática.) A Gramática é o esqueleto da língua. [...] É o esqueleto que nos traz de pé, mas ele não informa nada, como a Gramática é a estrutura da língua, mas sozinha não diz nada, não tem futuro. As múmias conversam entre si em Gramática pura. 
    Claro que eu não disse isso tudo para meus entrevistadores. E adverti que minha implicância com a Gramática na certa se devia à minha pouca intimidade com ela. Sempre fui péssimo em Português. Mas – isso eu disse – vejam vocês, a intimidade com a Gramática é tão dispensável que eu ganho a vida escrevendo, apesar da minha total inocência na matéria. Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso as que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. [...]
    Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. 

VERISSIMO, Luis Fernando. O gigolô das palavras. In: LUFT, Celso Pedro. Língua e liberdade: por uma nova concepção de língua materna e seu ensino. Porto Alegre: L&PM, 1985. p. 36. Adaptado.

Texto II
Aula de português
A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, equipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério.


ANDRADE, Carlos Drummond de. Aula de português.
In: Reunião: 10 livros de poesia. Rio de Janeiro: José
Olympio Editora, 1974. p. 81.

Segundo os Textos I e II, a linguagem é
(A) difícil
(B) plural
(C) uniforme
(D) desregrada
(E) dispensável

Resposta certa: alternativa B - Plural
Por eliminação, se chega na resposta certa, pois, de acordo com o texto, a linguagem não é difícil ou uniforme ou desregrada ou dispensável.
Plural também pode significar variada, muitas, querendo dizer que a linguagem pode se apresentar de diversas formas.